Insurances.net
insurances.net » Global Economy » Uma Análise Detalhada Sobre O Livro De Celso Furtado: O Capitalismo Global
Home Business Small Business Wholesale Business Business agency Global Economy
]

Uma Análise Detalhada Sobre O Livro De Celso Furtado: O Capitalismo Global

Author: Sheila Fabola Machado Loureno

1. APRESENTAO DO AUTOR E DA OBRA Nascido em Pombal, na Paraba no dia 26 de Julho de 1920. Formado em direito pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), no Rio de Janeiro, em 1944, era doutor em Economia pela Sorbonne, de Paris, e ps-doutor pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Serviu na Fora Expedicionria Brasileira durante a 2 Guerra Mundial, quando sofreu acidente durante misso na Itlia.

Entre 1949 e 1957 foi diretor da Diviso de Desenvolvimento da Cepal (Comisso Econmica para a Amrica Latina), agncia das Naes Unidas, em Santiago do Chile. Foi o primeiro ministro do Planejamento da histria do pas (1962-64), pasta que assumiu durante o governo de Joo Goulart (1961-64). Com o golpe de 1964 foi cassado e exilado. Foi professor de universidades nos EUA (Yale, Harvard e Columbia), na Inglaterra (Cambridge) e Frana (Sorbonne), onde foi nomeado professor por decreto do presidente francs Charles de Gaulle. Aps a anistia, em 1979, voltou ao Brasil e, em 1986, assumiu o ministrio da Cultura no governo Jos Sarney (1985-90). Em 1997 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e, em 2003 foi eleito para a Academia Brasileira de Cincias. Era doutor Honoris Causa pela Universidade Tcnica de Lisboa (Portugal), Universidade Estadual de Campinas (So Paulo), Universidade Nacional de Braslia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal da Paraba, Universit Pierre Mends-France (Grenoble, Frana), Universidade Estadual do Cear, Universidade Estadual Paulista e Universidade Federal do Rio de Janeiro. Celso Furtado faz parte dos pensadores brasileiros que consideram o subdesenvolvimento como uma forma de organizao social no interior do sistema capitalista contrrio idia de que seja uma etapa para o desenvolvimento, como podem sugerir os termos de pas "emergente" e "em desenvolvimento". Aos 78 anos, Celso Furtado, vem de publicar dois livros. So os ltimos, at aqui, de uma srie de 34, iniciada em 1946, e que revelam um pensador na plenitude de seu ofcio, o vigor de uma atividade em que a inteligncia e a coragem sempre se teceram fortes e lcidas. Em seu livro Capitalismo Global publicado em 1998, Furtado divulga um de seus principais atributos: a capacidade de buscar, de dispor de respostas inteligentes e concretas aos problemas complicados e concretos, analisando a realidade brasileira, com indagaes envolvendo a economia brasileira. Neste livro as principais teses ressaltadas so: como superar o subdesenvolvimento; como emancipar nossa sociedade no sentido da instaurao de um processo de desenvolvimento que seja capaz de contemplar os interesses dos grandes contingentes de nossa populao historicamente marginalizados e excludos dos frutos da modernizao, que aqui se imps inconclusa, parcial e excludentes. O livro composto de oito captulos e aborda desde a formao terica, redigindo suas influncias como escritor e pesquisador, Marx, Mannheim, a sociologia norte-americana por intermdio de Gilberto Freyre , passando pelas razes da elaborao do seu estudo sobre a formao econmica do Brasil, at o capitalismo globalizado e suas conseqncias nas identidades nacionais, nos riscos da ingovernabilidade do Brasil e no papel dos movimentos sociais contemporneos, ocorre o exemplo do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST). Como pesquisador Furtado diz: No se deve esta preso s ao meio acadmico, mas ir atrs da intuio, usar a imaginao. E ele est certo, pois as grandes descobertas da cincia vieram atravs daqueles que ultrapassaram esses limites e usaram a sua intuio e imaginao. 2. PERSPECTIVA TERICA DA OBRA A obra tem como perspectiva instruir, ensinar e contribuir para o entendimento do capitalismo, a globalizao e as dimenses da pobreza e da dependncia. Tendo uma enorme contribuio no campo da economia brasileira. O estilo do autor realista, crtico, conciso e objetivo. 3. SNTESE DA OBRA 1. O Capitalismo Global 2. ALonga Marcha da Utopia 2.1 Influncias intelectuais 2.2 A atividade do pesquisador 2.3 Imaginao versus cincia institucionalizada 2.4 Elaborao de formao econmica do Brasil 2.5 As classes dominantes 2.6 Importncia de Prebisch 2.7 Emergncia do subdesenvolvimento 2.8 Papel das organizaes sociais 2.9 Funo do estado nacional 2.1 Das influncias intelectuais que se exerceram sobre ele desde o ginsio identifica-se trs. Em primeiro lugar, a positivista, com a primazia da razo, a idia de que todo conhecimento em sua forma superior se apresenta como conhecimento cientfico. Seu atesmo, que cristalizara desde os 13 anos, encontrou a uma fonte de justificao e um motivo de orgulho. A segunda linha de influncia vem de Marx, como subproduto de seu interesse pela Histria. Foi lendo a Histria do socialismo e das lutas sociais, de Max Beer, que ele se deu conta pela primeira vez de que a busca de um sentido para a histria era uma atividade intelectual perfeitamente vlida. A terceira linha de influncia a da sociologia norte-americana, em particular da teoria antropolgica da cultura, com a qual teve contato pela primeira vez, aos 17 anos, lendo Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre. 2.2 Agrega-se valor ao pesquisador nos quesitos relacionados a imaginao e coragem, na disposio de arriscar a procura do incerto. Segundo Furtado, A cincia construda por aqueles que so capazes de ultrapassar certos limites que hoje so definidos pelo mundo universitrio. Somos seres pensantes, e as universidades e escolas muitas vezes tornam as pessoas alienadas, bitoladas a um determinado padro de ensino, que inibi e bloqueia a inquietao para a indagao de informao, fatos, opinies que constatamos. 2.3 A cincia institucionalizada sempre conservadora. As heresias e heterodoxias desempenham importante papel na histria dos homens. Se o consenso se manifesta por todos os lados, pouca dvida pode haver de que se atravessa uma era pouco criativa. Certo, em determinadas sociedades o preo que se paga para protestar muito alto. Mas, o fato de que houve pessoas que deram a prpria vida para defender idias indicao da importncia do papel que estas desempenham na formao das sociedades. 2.4 Furtado tem como obra mais lida: Formao Econmica do Brasil. Esta obra influenciou a poltica econmica brasileira e principalmente o debate acadmico sobre as origens do nosso atraso poltico, econmico e cultural. Tornando-se indispensvel para se conhecer com mais intensidade os aspectos econmicos de nossa estrutura econmica, e como a criao da colnia com sua organizao social e suas caractersticas produtivas, acabou por influenciar o destino do Brasil por cinco sculos. 2.5 Na dcada de 30 que se iniciaram as indagaes sobre o padro de economia essencialmente agrcola protegido pela classe dominante brasileira. Para Furtado, o agrarismo era a principal causa do atraso no Brasil, pois um pas como o nosso no deveria depender da agricultura para desenvolver-se. O maior percentual das exportaes brasileiras era constitudo de produtos agrcolas. Porm, o Brasil no era plenamente desprovido de indstrias. O ritmo da atividade econmica era comandado do exterior, ou seja, pelas atividades primrias. Furtado observou que a cincia econmica acadmica proporcionava barreiras a formulao de uma poltica de industrializao do Brasil, contando com influentes suportes externos. 2.6 Furtado percebeu que ao Prebisch assumir o comando da CEPAL seriam feitas realizao realmente importantes, praticando um poltica anticclica que lhe deu prestgio internacional. Na poca o conservadorismo se defendia da melhor forma possvel, portanto ocorriam novas idias na praa, sendo elas simplrias e intuitivas: o enorme atraso que carregvamos durante longos tempos podia ser reformulado, caso houvesse a adotao e a conscincia da necessidade de uma poltica voluntria de industrializao. Sem dvida alguma, Prebisch teve muita influncia sobre Furtado, na sua metodologia de trabalhar e pensar lhe dando uma viso global do sistema capitalista do ponto de vista da periferia do sistema. At esse momento, influenciado por Marx, via os pases latino-americanos do ponto de vista do centro do sistema. A periferia era uma coisa completamente secundria, que tendia a simplesmente reproduzir a forma de desenvolvimento do centro. Outra influncia foi prpria forma de trabalhar dele. Prebisch era uma pessoa que quando comeava a estudar determinado assunto mobilizava grande massa de informaes antes de comear o trabalho de interpretao. Os anos que trabalhou com Prebisch foram fundamentais para Furtado. Prebisch constatou que o sistema internacional tende a concentrar os benefcios do progresso tcnico nos pases difusores de padres de consumo (pases centrais), fato que criava uma situao de dependncia e de desequilbrios nas contas externas dos pases agroexportadores (pases perifricos). O endividamento externo de muitos pases havia se constitudo dessa forma. 2.7 Naquela poca se pensava que o desenvolvimento econmico obtido pela industrializao, era pea chave para a resoluo dos grandes problemas como: as desigualdades regionais, concentrao de renda e pobreza. Quando na verdade a questo vai muito mais alm, e no basta apenas o avano da industrializao para tentar conter os problemas da sociedade brasileira. A substituio da meta do desenvolvimento econmico pelado crescimento econmico, um fator de surgimento de desigualdades e privilgios. 2.8 Os grupos sociais que dirigiram o deslumbrante processo de acumulao de riqueza conformaram o padro de organizao societria, porm de acordo com as regras ditadas pelas classes assalariadas. Estas aderiram valor crescente como mercados absorvedores do fluxo da produo. 2.9O Estado Nacional que defendia os interesses patrimoniais passa a assumir o papel de intrprete dos interesses coletivos. Etapa que seu surgimento se caracteriza diante da crescente participao da populao organizada no controle dos centros de poder, portanto, a democratizao do poder. 3. O Novo Capitalismo O autor ressalta o que diz respeito as questo sobre o novocapitalismo, ou seja, a dominncia do capitalismo global elencada a uma ao financeira dos pases ricos, como maneira de estender seu domnio sobre o mundo, explorando com clareza as alicerces relacionados ao subdesenvolvimento, do qual o autor um grande terico, assim como os aspectos da dependncia, identificada pelas histricas relaes entre o centro e a periferia. 4. Globalizao e Identidade Nacional 4.1 O processo de globalizao 4.2 A preservao da identidade nacional 4.1 Abrangendo os argumentos crticos da globalizao, o autor ressalta, noterceiro captulo, o contexto do processo de globalizao e as conseqncias sobre a identidade nacional. 4.2Prioriza-se neste captulo a indagao de que maneira se deve preservar a identidade cultural e a unidade poltica no mundo dominado por grupos transnacionais que criam seu poder no controle da tecnologia, do capital financeiro e da formao. 5. A Superao do Subdesenvolvimento A superao do subdesenvolvimento requer a ao planejada doEstado nacional. O pensamento cepalino, apesar de combatido pelos grupos defensores da "vocao agrria" da regio, fornecia uma formulao terica consistente capaz de apoiar o processo de desenvolvimento na Amrica Latina. 6.Revisando Meus Primeiros Ensaios 6.1 Pensar o Brasil 6.2 A teoria do subdesenvolvimento 6.1Furtado no produzir o consenso em torno de suas idias, muito menos em torno das suas concepes acerca do subdesenvolvimento e das formas de sua superao. Essas questes vo alm do puro embate acadmico: elas se situam no campo da poltica, portanto, das lutas entre as foras que desejam superar e as que desejam manter a posio do pas no mercado mundial capitalista. nesse sentido que Keynesianos e boa parte dos marxistas - que durante as trs dcadas seguintes do ps-guerra duelaram um embate intelectual de grande envergadura e no seu esteio produziram as grandes obras que ainda resistem ao tempo - atuam hoje numa espcie de frente nica internacional antineoliberal. Celso Furtado o cone intelectual de uma verdadeira revoluo que aconteceu no Brasil entre 1930 e 1980, lenta e gradual como foram todas as grandes mudanas no Brasil desde o Imprio, mas perceptvel no s nos dados econmicos e sociais dos nossos censos, mas nas paisagens urbanas das nossas grandes e mdias cidades. De um pas essencialmente agrrio, o Brasil se tornou, num prazo relativamente curto, considerando ser ele um pas da periferia capitalista, uma economia cujo PIB figura, hoje, entre os quinze maiores do mundo, j tendo sido a oitava economia. 6.2 Os pases desenvolvidos o so porque conseguiram acumular capitais, que permitiram investir na ampliao e reproduo desses capitais, no emprego da fora de trabalho, o que gerou mais mercado, e permitiu, por fim, manter esse ciclo pelo aprimoramento tcnico, que no se d, pelo menos desde fins do sculo XIX, sem investimentos em novos conhecimentos, portanto, em Cincia e Tecnologia. J os subdesenvolvidos o so porque no conseguem acumular capitais na economia nacional suficiente que permitam investir na ampliao desses capitais, gerando desperdcio de fora de trabalho, ou seja, maiores excedentes de populao sem emprego e, portanto, sem renda, limitando a expanso do mercado interno e no permitindo a continuao desse ciclo reprodutivo em um nvel que possibilite o seu desenvolvimento. O resultado que no possvel investir em novas tecnologias de produo e apenas importar as de segunda gerao, mantendo sempre um fosso de produtividade entre os pases desenvolvidos e subdesenvolvidos. A teoria do subdesenvolvimento se baseia na reflexo e indagaes a questes relacionadas aos problemas que acarretam o subdesenvolvimento. 7. Os Novos Desafios Essa viso global do processo histrico do capitalismo industrial leva concluso de que a superao do subdesenvolvimento no se daria ao impulso das simples foras do mercado, exigindo um projeto poltico voltado para a mobilizao de recursos sociais que permita compreender um trabalho de reconstruo de certas estruturas. Da o empenho se Furtado, desde a poca em que trabalhou na CEPAL nos anos 50, na elaborao de uma tcnica de planejamento econmico que viabilizasse com mnimo custo social a superao do subdesenvolvimento. Essa tcnica objetivava modificar estruturas bloqueadoras da dinmica scio-econmica, tais como latifundismo, o corporativismo, a canalizao inadequada da poupana, o desperdcio desta em formas abusivas de consumo e sua drenagem para o exterior. As modificaes estruturais deveriam ser vistas como um processo liberador de energias criativas, e no como o trabalho de engenharia social em que tudo est previamente estabelecido. Seu objetivo estratgico seria remover os entraves ao criativa do homem, a qual, nas condies de subdesenvolvimento, est coarctada por anacronismos institucionais e por amarras de dependncia externa. 8. Dimenso Cultural do Desenvolvimento importante elemento til formulao de uma teoria do desenvolvimento local a dimenso cultural do desenvolvimento. um ponto de partida, por exemplo, que a qualidade de vida nem sempre melhora com o avano da riqueza material, e isto no se refere ao fato de, em pases com elevada renda per capita, poder persistir um importante contingente da populao que sequer chega a satisfazer as suas necessidades bsicas. Trata-se, em realidade, do fato de existirem segmentos populacionais que, embora conheam uma significativa elevao do seu nvel de vida material, continuam prisioneiros de estreitos padres culturais. Com efeito, reproduzem, sem questionamento, os estratificados modelos culturais do passado e/ou os que lhes so impostos. Neste caso, pode acontecer de os padres culturais serem ditados do estrangeiro, na medida em que (em decorrncia da forma como ocorre o comrcio internacional e o processo de acumulao) a que so chancelados os modos de comportamento tidos como "universais". Quer dizer, a aquisio de bens nas comunidades locais , em grande parte, comandada do exterior, em funo dos interesses dos grupos que dirigem as transaes internacionais. Como consequncia, a coerncia interna dos seus sistemas de cultura submetida a presses arrasadoras; assim, por exemplo, certas formas de urbanizao podem conduzir destruio de um importante patrimnio cultural. 9. Risco da Ingovernabilidade 9.1 Aumento da dependncia 9.2 Que tipo de globalizao? 9.3 Presso das foras sociais 9.4 O movimento dos Sem-Terra 9.5 O papel integrador do Estado 9.1 Por longas datas a economia brasileira alcanara uma taxa de crescimento relativamente alta financiando-se de certa forma com poupana interna. No entanto atualmente as taxas de crescimento so baixas, o investimento se mantm cabisbaixo e nos encontramos imersos num processo de endividamento externo considervel. 9.2Furtado ressalto que a globalizao tem conseqncias negativas marcantes, das quais [se destacam] a crescente vulnerabilidade externa e a agravao da excluso social ..., o grave que os grupos que mais se beneficiam com a globalizao so os de maior peso poltico, e sua lgica econmica tende a prevalecer 9.3 Caso o mundo tivesse sido desenvolvido de acordo com as regras de um capitalismo puro, a renda seria ainda mais concentrada do que atualmente. Desde o sculo passado as foras sociais contestadoras foram altamente corajosas na Europa interferindo nas bases de poder poltico, abrindo espao para reformas estruturais importantes como a minimizao da jornada de trabalho. 9.4 e 9.5 Uma grande problemtica a arcaica concentrao de terra. Assim, Furtado o analisa o expressivo papel do MST, como sendo a nica fora social nova e com grande capacidade de mobilizao ... cujos objetivos so elementares: questionamento da velha diviso patrimonial das terras que atrasou o Brasil secularmente; investimento em pequenas propriedades, para promover a formao nas reas rurais de uma sociedade civil mais estruturada 4. Breve debate dos captulos No primeiro captulo, A Longa Marcha da Utopia, o autor aborda o modelo histrico da economia brasileira. O Brasil era uma sociedade essencialmente agrria. Cita a depresso dos anos 30 e os transtornos trazidos ao comrcio internacional pela guerra mundial como principal alavanca para o processo de industrializao no Brasil. O desenvolvimento econmico e a industrializao era, para a poca, a condio necessria para solucionar os grandes problemas sociais brasileiros: a pobreza, a concentrao de renda, as desigualdades regionais. Hoje sabemos que continuamos com os mesmo problemas sociais, seno mais agravados. A idia de desenvolvimento econmico e industrializao eram a princpio de carter social, mas passou a ser puramente financeiro, que indicador de desigualdades e privilgios. O captulo seguinte, Novo Capitalismo, Furtado explora as questes referentes a dominncia do capitalismo global como uma ao financeira dos pases ricos, como forma de estender o seu domnio sobre o mundo, mostrando com nitidez as estruturas relacionadas ao subdesenvolvimento, a globalizao se traduz no antigo modelo de capitalismo original, que se concentrava nas exportaes e nos investimentos do estrangeiro. O autor ressalta, no terceiro captulo, o contexto do processo de globalizao e as conseqncias sobre a identidade nacional. Para ele, muito importante responder a seguinte questo: Como preservar a identidade cultural e unidade poltica em um mundo dominado por grupos transnacionais que fundam seu poder no controle da tecnologia, da informao e do capital financeiro? A resposta apresentada e desenvolvida no quarto captulo, quando se discute a superao do desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento somente se efetiva quando a acumulao conduz a criao de valores que se difundem na coletividade... primeiro desafio que deve ser enfrentado o de aumentar sua capacidade de autofinanciamento, o que requer um maior esforo de poupana pblica e privada e maior disciplina e transparncia no uso das divisas geradas pelas exportaes. transmitida nos captulos V a VIII, a priorizao na nfase da abordagem dos desafios do papel integrador do Estado, da dependncia, dos riscos da ingovernabilidade e da presso de movimentos sociais no Brasil, principalmente o antigo problema da concentrao de terra. Retrata do expressivo papel do MST, como sendo a nica fora social nova e com grande capacidade de mobilizao... cujos objetivos so elementares: questionamento da velha diviso patrimonial das terras que atrasou o Brasil secularmente: investimento em pequenas propriedades, para promover a formao nas reas rurais de uma sociedade civil mais estruturada. Relata a passividade do Brasil em relao aos outros pases, na imposio de padres de consumo que para um pas subdesenvolvido, s possvel para uma pequena parcela da populao. Questiona tambm subdesenvolvimento x crescimento econmico. Mas, como pode e como ocorre essa contradio? Crescemos economicamente e, continuamos nesse processo, persistimos no subdesenvolvimento. Uma das explicaes de Furtado que a elite brasileira toma como padres de consumo os pases de renda bem mais elevada que o nosso. A primeira condio para libertar-se do subdesenvolvimento escapar da obsesso de reproduzir o perfil daqueles que se auto-intitulam desenvolvidos. assumir a prpria identidade. ...somente a confiana em ns mesmos poder restituir a esperana de chegar a bom porto. O autor conclui que caso no se consiga deter o processo de concentrao de renda e de excluso social, pases como o Brasil e o Mxico estaro expostos a tenses sociais que podero conduzi-los ingovernabilidade. Mostra que a globalizao tem conseqncias negativas marcantes das quais se destacam a crescente vulnerabilidade externa e a agravao da excluso social..., o grave que os grupos que mais se beneficiam com a globalizao so os de maior peso poltico, e sua lgica econmica tente a prevalecer. 5. Consideraes Finais Celso Furtado analisa os impasses e perspectivas do atual processo de globalizao. Ao invs de engrossar as fileiras dos arautos ou dos cticos, o economista desmistifica a fantasia de que a globalizao conduziria a adoo de polticas uniformes. Pois o novo capitalismo traz novos desafios. Por outro lado, Celso Furtado utiliza todo o seu arsenal histrico para desvelar, na estrutura da globalizao atual, ma espcie de grande salto para trs. Voltamos ao modelo do capitalismo original, cuja dinmica se baseava nas exportaes e nos investimentos estrangeiros. A globalizao analisada pelo lado econmico-financeiro teve seu incio na dcada de 80, com a integrao mundial das relaes econmicas e financeiras, tendo como plo dominante os Estados Unidos. Analisando a globalizao podemos destacar seu lado positivo como: o intercmbio cultural e comercial entra as naes, importante para todos os povos, os riscos reais, entre outros. J no lado negativo: a globalizao crescente, os povos ficam a cada dia mais interdependente, porm os pases desenvolvidos so os maiores beneficiados ficando cada vez mais ricos, enquanto os pases em desenvolvimento ficam cada vez mais pobres. O Capitalismo Global ressalta um ensaio sobre o capitalismo, a globalizao e as dimenses da pobreza e da dependncia. O importante verificar que suas anlises ultrapassaram o sentido estritamente econmico e abrange assuntos de carter sociais e polticos do desenvolvimento. O enfoque do livro incorpora os aspectos histricos, tecnolgicos, sociais, polticos e econmicos do subdesenvolvimento dos pases pobres, principalmente do Brasil, e as conseqncias da globalizao sobre as identidades sociais e culturais de sua gente. Os caminhos da globalizao e do crescimento social parecem ser opostos. Hoje os excludos so tema central da crtica ao modelo neo-liberal que domina o processo de globalizao. Os pobres, os desempregados, marginalizados da sociedade globalizada so objetos de investigao sociolgica. Nos vinte e um anos que se seguiram ao golpe militar, Celso Furtado, cassado e exilado, passa a dedicar-se exclusivamente atividade acadmica no exlio, onde atua como professor em universidades como Yale (EUA, 1964-65), Sorbonne (Frana, 1965-85), American University (EUA, 1972), Cambridge (Inglaterra, 1973-74), Columbia (EUA, 1976-77). Quando acaba o Regime Militar, Furtado assume a embaixada do Brasil junto Comunidade Econmica Europia (1985-86), e depois se torna Ministro da Cultura do Governo Sarney (1986-88), sendo esta a sua ltima experincia administrativa. Nos anos 90 e nos primeiros anos do sculo XXI, Celso Furtado continuou observar o mundo e o Brasil com um olhar de quem viveu uma a vida intensamente e pode, como poucos, ver testadas a suas idias, e, claro, aprender tambm com essas duras experincias que se impem queles que, alm de um esprito intelectual arrebatado, convivem com as realidades que se apresentam ao seu pensamento como desafiadoras, para serem transformadas. Celso Furtado viveu para ver a viragem definitiva, pelo menos em termos simblicos, do Governo Lula para a direita e para uma adeso, sem tergiversaes, s prticas e ao discurso neoliberais. A sua morte aconteceu alguns dias depois da demisso de Carlos Lessa da presidncia do BNDES, ele um dos poucos e legtimos furtadianos do governo, numa instituio que Celso Furtado ajudou a erguer. Esse esprito de derrota talvez Celso Furtado tenha levado consigo. 6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Furtado, Celso.O capitalismo global. So Paulo: Paz eTerra, 1998. About the Author:

Idade:21 anos.

Nacionalidade: Brasileira.

Bacharelanda em Administrao de empresas.

E-mail: sheilinhaml@hotmail.com

Excelente relao interpessoal, domnio com a oratria, flexibilidade a mudanas, capacidade de inovar e esprido empreendedor.
Are You Considering Purchasing Office Stationery? GLOBAL VILLAGE AGRICULTURE Kindle DX Global Wireless Ebook Reader Review Usa Property And Purchasing E-bidding: The New Global Business Trend Expand Your Global Capabilities With Remote DBA Global Warming – Hard facts Considerations When Purchasing A Walk-in Bathtub Horse Saddles For Sale-Information On Purchasing The Right Horse Saddle For You Purchasing the Faultless Portable Charcoal Grill Why communication is so important when selling to a global Purchasing A Mountain For Sale: Global City Condo Unit at The Pacific Plaza Tower
Write post print
www.insurances.net guest:  register | login | search IP(34.228.240.6) / Processed in 0.029309 second(s), 6 queries , Gzip enabled debug code: 14 , 25766, 465,
Uma Análise Detalhada Sobre O Livro De Celso Furtado: O Capitalismo Global